quarta-feira, 17 de outubro de 2012

TERAPIA NUTRICIONAL





Princípios da terapia nutricional segundo GANT

Nosso assunto hoje é a terapia nutricional que é o conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente por meio da Nutrição Parenteral e ou Enteral e que acaba sendo deixada de lado muitas vezes por profissionais que não a consideram uma medida terapêutica essencial.
Nos casos cirúrgicos por exemplo, quanto mais bem nutrido o paciente estiver, mais rápida será a sua recuperação e cicatrização, ainda assim a maioria das prescrições de dieta pré-operatória restringem a alimentação a apenas líquidos não apenas por horas antes da cirurgia mas até por dias. O início da alimentação após a cirurgia pode levar outros tantos dias, sendo a dieta um ponto pouco observado e até desconsiderado nas prescrições.
De acordo com o professor John P. Grant (Handbook of Parenteral Nutrition 2nd ed, trad. de Eduardo Eiras Moreira da Rocha) não há doença que se beneficie de jejum ou de soro glicosado. Sempre que glicose a 5% é empregada como parte da terapia médica, deve-se estar ciente de que esta é uma prescrição para desnutrição, sendo feita como parte dos cuidados com o paciente.
Devemos lembrar ainda que a desnutrição progressiva leva à atrofia de órgãos vitais com prejuízo da sua função. Portanto, durante a internação hospitalar muitas vezes espera-se que a função de um órgão melhore sem que a nutrição adequada do mesmo seja feita.
                  Há relação linear entre a o tempo de instalação da desnutrição e morbidade-mortalidade, ou seja, quanto mais rápido a desnutrição se instala maior a chance de a doença se agravar ou até de ocorrer o óbito. Por ser considerada onerosa,não apenas do ponto de vista financeiro,  crê-se  como suficiente e satisfatoriamente meritório “salvar” algum paciente sem que tenha sido necessário valer-se da terapia nutricional, sendo que ao contrário disso a meta deve ser sempre obter o melhor resultado possível.
Muitas outras vezes considera-se a redução de da mortalidade, de tempo de internação e de custos como argumentos para incentivar a TN, mas realmente esquece-se que manter e melhorar o estado nutricional por si só já é um grande objetivo. Não confundir esta meta principal com metas secundárias tais como melhora da doença, maior sobrevida, redução das complicações clínicas e cirúrgicas, etc. – estas, profundamente relacionadas à doença de base. Sendo assim há apenas uma indicação para uso do suporte nutricional – a manutenção e a repleção do estado nutricional. Não existe outra intervenção médica dirigida a isto.
                  Outro hábito apesar de amplamente observado mas que não apresenta mérito algum é a procrastinação do início da terapia nutricional. Quando for empregado, o suporte nutricional deve ser iniciado cedo, antes que a desnutrição se desenvolva ou tão logo possível se ela já estiver presente. Nos casos de pacientes próximos da morte ou fora de possibilidade terapêutica os mesmos não devem receber terapia  nutricional para “complementação”.

NUTRICIONISTA KAROLINE  C. TRAI

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