Mostrando postagens com marcador COAGULOPATIAS. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador COAGULOPATIAS. Mostrar todas as postagens

sábado, 20 de outubro de 2012

Ácido Tranexâmico




A) Introdução
·      O ácido tranexâmico é um agente antifibrinolítico, que age através de mecanismo competitivo, inibindo a ativação do plasminogênio a plasmina.



  •  A plasmina é a principal proteína responsável pela dissolução do coágulo sanguíneo. O ácido tranexâmico promove, assim, maior estabilidade do coágulo, sendo bastante utilizado no tratamento dos episódios hemorrágicos nas hemofilias, doença de von Willebrand (DVW) e outras doenças hemorrágicas.

·      
  •      O uso do acido tranexâmico substitui com vantagens o uso do ácido épsilon-aminocapróico, agente antifribrinolítico que possui meia-vida plasmática mais curta, menor potência e menos efeitos colaterais.




B) Indicações de uso:
  • ·      Está indicado no controle e prevenção de hemorragias provocadas por hiperfibrinólise e ligadas a várias áreas como cirurgias cardíacas, ortopédicas, ginecológicas, otorrinolaringológicas, urológicas, neurológicas, em pacientes hemofílicos, hemorragias digestivas e das vias aéreas. Angioedema hereditário.


  • ·      O ácido tranexâmico é particularmente útil no controle das hemorragias em mucosas, tais como sangramento oral, pós-extração dentária, menstrual e epistaxes em pacientes com hemofilia e DVW, além de ser indicado no preparo de alguns procedimentos cirúrgicos em pacientes com coagulopatias hereditárias.
  • ·      O ácido tranexâmico pode ser utilizado para o tratamento isolado de algumas hemorragias ou como adjuvante no caso de hemorragias mais volumosas, desta forma, reduzindo o consumo de concentrados de fator, cujo custo é muito superior ao do ácido tranexâmico, além de não apresentar os riscos de transmissão de infecções veiculadas pelo sangue.



C) Administração
  • ·      O ácido tranexâmico pode ser usado isoladamente ou em combinação com concentrado de fatores (exceto com os complexos protrombínicos).
  •         Em geral, a dose utilizada é de 15-20 mg/Kg de peso por dose a cada 6 ou 8 horas, por via oral, durante 3 – 10 dias, na dependência do local e gravidade do evento hemorrágico.
  • ·      Para sangramentos na cavidade bucal, o ácido tranexâmico pode ser usado como bochecho, através da diluição do comprimido em água ou sob forma de pasta, através da maceração dos comprimidos (1 comp. misturado com soro fisiológico ou solução anestésica), que são colocados em gaze ou mesmo diretamente sobre a ferida cirúrgica.


D) Efeitos Colaterais
  • ·      Náuseas, vômitos e diarréia raramente ocorrem e regridem com a redução da dose.



E) Contra – indicações

  •     Tratamento de hematúria em pacientes com hemofilia devido ao risco de formação de coágulo e obstrução dos túbulos renais;
  •     Em cirurgias torácica e abdominal, devido ao risco de ocorrência de hematomas de difícil absorção;
  •   Em pacientes com hemofilia e inibidor fazendo uso concomitante de complexo protrombínico ativado, devido ao risco de ocorrência de tromboembolismo. Caso esta associação seja necessária, recomenda-se administrar o ácido tranexâmico pelo menos 8 horas após a infusão do complexo protrombínico ativado;
  •  NÃO tem indicação de uso na prevenção ou tratamento de hemartroses e hematoma muscular em pacientes com hemofilia.


F) Cuidados especiais

  •          Como sua excreção é renal, a dose deve ser reduzida em caso de insuficiência renal;

      
  •              O uso do ácido tranexâmico em pacientes com hipertensão arterial, idade avançada, diabetes mellitus, insuficiência hepática e coronariopatia deve ser realizado com cautela.


Nome comercial :
TRANSAMIN: compr.: emb. c/ 12 compr. de 250mg inj. (250mg/5ml): emb. c/ 5 amp. c/ 5 ml.




terça-feira, 16 de outubro de 2012

Teoria da Coagulação baseada em Superfícies celulares



O conceito da cascata da coagulação descreve as interações bioquímicas dos fatores
da coagulação, entretanto, tem falhado como um modelo do processo hemostático in
vivo. 
A hemostasia requer a formação de um tampão de plaquetas e fibrina no local da
lesão vascular, bem como a permanência de substâncias procoagulantes ativadas
nesse processo no sítio da lesão.
 O controle da coagulação sanguínea é realizado por meio de reações procoagulantes em superfícies celulares específicas e localizadas, evitando a propagação da coagulação no sistema vascular.

O modelo da coagulação baseado em superfícies celulares substitui a tradicional hipótese da "cascata" e propõe a ativação do processo de coagulação sobre diferentes superfícies celulares em quatro fases que se sobrepõem: 1- Iniciação,
                                                                                        2- Amplificação, 
                                                                                        3- Propagação e
                                                                                        4-Finalização. 

O modelo baseado em superfícies celulares permite um maior entendimento de como a hemostasia funciona in vivo e esclarece o mecanismo fisiopatológico de certos distúrbios da coagulação.

O modelo da coagulação baseado em superfícies celulares substitui a tradicional hipótese da "cascata" e propõe a ativação do processo de coagulação sobre diferentes superfícies
celulares em quatro fases que se sobrepõem: iniciação, amplificação, propagação e
finalização. 
O modelo baseado em superfícies celulares permite um maior entendimento
de como a hemostasia funciona in vivo e esclarece o mecanismo fisiopatológico de
certos distúrbios da coagulação.


Resumo Teoria da Coagulação baseada em superfícies celulares.

FASES DA COAGULAÇÃO
INICIAÇÃO
AMPLIFICAÇÃO
PROPAGAÇÃO
FINALIZAÇÃO
Endotélio Vascular e cels. Sanguíneas circulantes são perturbadas.
Interação do FVIIa derivado do plasma e o FT ( fator tecidual)
Trombina ativas as plaquetas, cofatores V e VIII e Fator XI na superfície das plaquetas.
Produção de grande  quantidade de trombina formação de um tampão estável no sítio da lesão e interrupção da perda sanguínea.
Processo de coagulação é limitado para evitar oclusão trombótica ao redor das áreas integras dos vasos.


Tabela 1. Fatores da coagulação
Nomenclatura padrão             Nome tradicional                    Peso molecular          Concentração plasmática          Meia-vida
                                                                                                      (Da)                                    (mg.ml-1)                            (h)
                
Fator I                                     Fibrinogênio                                 340 000                             2000 – 4000                       90
Fator II                                    Protrombina                                   72 000                                   120                               65
Fator III                                   Fator tecidual                                 45 000                                       0                                -
Fator IV                                  Cálcio                                                     40                                  100                                -
Fator V                                   Proacelerina                                  330 000                                    10                              15
Fator VII                                 Proconvertina                                  48 000                                      1                                5
Fator VIII                                Fator antihemofílico                       360 000                                      0,05                         10
Fator IX                                  Fator Christmas                               57 500                                      4                              25
Fator X                                   Fator Stuart-Prower                         55 000                                     12                             40
Fator XI                                  Antecedente tromboplastina          160 000                                       6                             45
Fator XII                                 Fator Hageman                                85 000                                     40                             50
Fator XIII                                Fator estabilizante da fibrina          320 000                                     20                      200