segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Tórax Instável



O tórax instável pode ser definido como a perda de estabilidade torácica resultante de fraturas de dois ou mais arcos costais, em dois ou mais locais, associadas ou não a fraturas de coluna vertebral ou de esterno.  Quando isso ocorre, uma parte do tórax perde as suas conexões ósseas com o restante da caixa torácica. Assim, a parede torácica deixa de proporcionar um apoio ósseo rígido, necessário para manter a expansibilidade torácica suficiente para uma função ventilatória normal.
Por definição, fraturas de pelo menos quatro costelas consecutivas, em dois ou mais locais, são necessárias para produzir um prejuízo clinicamente significativo da função respiratória.  No entanto, nesta condição, comorbidades e idade avançada influenciam de forma expressiva o comportamento clínico, podendo a funçao respiratória ser afetada mesmo em fraturas de menos exuberantes, caso tais condições estejam presentes.
A instabilidade torácica gerada pelo trauma compromete a função ventilatória normal, por reduzir a capacidade do tórax de gerar uma pressão negativa intratorácica durante a inspiração e de gerar uma pressão positiva durante a expiração. No torax instável, pode ser observado à inspeção o movimento paradoxal da parede torácica. Observa-se que durante a inspiração, o segmento instável move-se para dentro, devido à pressão negativa intratorácica, e durante a expiração, a pressão positiva força o segmento instável a se projetar para fora.
Na ilustração abaixo, pode-se visualizar de forma detalhada a movimentação normal da parede torácica durante as incursões respiratórias, estabelecida pela pressão negativa intratorácica. Também pode-se observar as alterações que desencadeiam o movimento respiratório paradoxal em uma vítima de tórax instável.
Além do movimento paradoxal, o paciente pode apresentar dor e contusão pulmonar subjacente, produzindo um quadro clínico de hipóxia grave e progressiva. Também pode apresentar hipoperfusão, deteriorando severamente o quadro respiratório, e podendo levar a insuficiência respiratória e ao choque circulatório. Tal situação exige conduta imediata, tal como intubação endotraqueal e estabilização do segmento instável (manual ou através de intervenção cirúrgica). Em pacientes não intubados, a instabilidade torácica diminui drasticamente a capacidade pulmonar total e residual, assim como a capacidade de tossir, predispondo ao acúmulo de secreções, atelectasia e pneumonia.
O diagnóstico de um tórax instável é facilmente estabelecido observando os movimentos respiratórios paradoxais do segmento afetado durante incursões respiratórias espontâneas do paciente. Deve-se manter um alto grau de suspeita em pacientes submetidos à ventilação mecânica, atentando-se a crepitações à palpação e revendo os exames radiográficos e de TC, se necessário.




sábado, 24 de novembro de 2012

Síndrome Stiff-Person



A Síndrome da Pessoa Rígida, descrita em 1956 por Moersch & Woltman, é uma desordem imuno-mediada do sistema nervoso central, que é caracterizada por uma rigidez progressiva do tronco e dos músculos proximais dos membros, associada a espasmos dolorosos superpostos, com sensibilidade aumentada a estímulos externos (o chamado fenômeno startle).

No exame neurológico, é característica a postura fixa de hiperlordose, devido a co-contração contínua de músculos abdominais e paraespinhais (que pode ser evidenciada também na eletroneuromiografia); o aumento do tônus muscular nos membros inferiores; a marcha cautelosa, de base larga e lenta; e a preservação das funções cognitivas, cerebelares, sensitivas e esfincterianas, diferenciando-a de um quadro de mielopatia ou de acometimento bifrontal. Chama atenção também a presença de alterações autonômicas paroxísticas acompanhando os espasmos, como taquicardia e diaforese.


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

MAGNÉSIO E HSA


The Lancet, Volume 380, Issue 9836, Pages 44 - 49, 7 July 2012

Magnesium for aneurysmal subarachnoid haemorrhage (MASH-2): a randomised placebo-controlled trial


ESTUDO MULTICENTRICO REALIZADO EM HOSPITAIS DA EUROPA E DA AMÉRICA DO SUL DEMONSTRANDO QUE NÃO HOUVE DIFERENÇAS NO DESFECHO CLINICO, NOS PACIENTES COM HSA QUE USARAM O SULFATO DE MAGNÉSIO ,COMPARADOS COM OS QUE USARAM PLACEBO .


RESULTADOS QUE FORAM REFORÇADOS PELA METANÁLISE FEITA PELOS AUTORES QUE INCLUI 7 ESTUDOS E 2047 PACIENTES ,DEMOSNTRANDO O MESMO DESFECHO CLÍNICO.



domingo, 18 de novembro de 2012

Medicamentos na DPOC


MEDICAMENTOS PARA EXACERBAÇÃO DA DPOC:


·       OXIGÊNIO: manter SatO2 90-92%


·       BRONCODILATADORES: associar β2-Agonista e Brometo de Ipratrópio

Ø  Β2-Agonista de curta ação inalado: a cada 20 minutos na primeira hora e após a cada 4 horas

Ø  Brometo de Ipratrópio inalado: a cada 20 minutos na primeira hora e após a cada 4 horas


·       CORTICÓIDE SISTÊMICO:  mesma eficácia para VO ou IV: Prednisolona ou equivalente na dose de 30 a 60mg por 7 a 14 dias


·       ANTIBIÓTICO: sempre que houver aumento da quantidade ou purulência do escarro, mesmo na ausência de pneumonia. Germes mais comuns: Haemophylus influenzae, Moraxella catarrhalis e Streptococcus pneumoniae. Em casos de DPOC grave Pseudomonas aeruginosa.


·       XANTINAS: não possuem efeito aditivo e aumentam os efeitos adversos. Não recomendadas para tratamento de exacerbações, podem ser utilizadas no tratamento de manutenção como adjuvantes.


·       VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA


Cols: Dra Monica Lazzarotto - Pneumologista

sábado, 17 de novembro de 2012

ASMA E MEDICAMENTOS


MEDICAMENTOS PARA EXACERBAÇÃO DE ASMA EM ADULTOS:


·       OXIGÊNIO: para manter SatO2 92%


·       Β2- AGONISTA DE CURTA AÇÃO INALADO: base do tratamento


Ø  Salbutamol spray (100mcg / jato) com espaçador: 4 a 8 jatos a cada 20 minutos na primeira hora
ou

Ø  Fenoterol gotas – solução para nebulização (5mg / mL): 2,5 a 5mg (10 a 20 gotas) diluídas em 3 mL de soro fisiológico a cada 20 minutos na primeira hora


·       ANTICOLINÉRGICO DE CURTA AÇÃO INALADO: se crise grave, associado ao β2-Agonista

Ø  Brometo de Ipratrópio spray (0,021mg / jato) com espaçador: 4 a 8 jatos a cada 20 minutos na primeira hora

ou

Ø  Brometo de Ipratrópio gotas – solução para nebulização (0,25mg / mL): 0,5mg (40 gotas) diluídas em 3mL de soro fisiológico a cada 20 minutos na primeira hora


·       CORTICÓIDE SISTÊMICO: iniciar na primeira hora se crise grave ou se não tiver resposta com os broncodilatadores inalados

Ø  Prednisona ou Prednisolona: 1mg / Kg por via oral

ou

Ø  Metilprednisolona: 60 a 125mg IV a cada 6 horas

ou

Ø  Hidrocortisona: 2 a 3mg / Kg IV a cada 4 horas


·       SULFATO DE MAGNÉSIO 50%: se não houver resposta ao tratamento inicial:
             2g (4mL) diluído em 50mL de soro fisiológico IV em 20 minutos, podendo ser repetido


·       AMINOFILINA IV: não é recomendada para tratamento da exacerbação, mas pode ser considerada como tratamento adjuvante:
5 a 6mg / Kg diluída em soro fisiológico em bolus, seguida de infusão de 0,6 a 0,9mg / Kg / h


·       SALBUTAMOL IV: controverso em adultos, só usar em casos muito graves e sem resposta ao tratamento inicial:
Solução de 0,5mg / mL: 200µg em 10 minutos, seguido de infusão de 3 a 12µg / min

Col: Dra Monica Lazzarotto - Pneumologista - UTI_HHAO

Acidentes e Trauma



Todos podemos evitar acidentes ,se dirigirmos com cuidado 
Cenas fortes ,que infelizmente acontecem diariamente.



domingo, 11 de novembro de 2012

Dieta Nasojejunal vs Nasogástrica.

Estudo multicentrico realizado na australia comparando o uso de nutrição enteral, gástrica ou jejunal , em pacientes sob ventilação mecânica. Foram incluídos 181 adultos em ventilação mecânica que tinha elevados volumes gástricos residuais dentro de 72 horas de internação na UTI. Os pacientes foram aleatoriamente distribuídos para receber NE precoce (dentro de 72 horas após internação na UTI) por via nasojejunal ou nasogástrica. As necessidades energéticas foram estimadas a partir de fórmulas específicas, utilizando o peso medido ou estimado, sendo convertido no volume final da NE a ser ofertada. Todos os cuidados foram realizados para que os pacientes tivessem a elevação da cabeceira do leito a 45 graus. O estudo demonstrou que não houve diferenças significativas  entre as vias gástrica ou jejunal , quanto as taxas de PAV,a oferta calórica, vômitos , aspiração , diarreia e mortalidade. Houve sim uma diferença quanto a hemorragia digestiva baixa ,que foi maior  nos pacientes que usaram a via jejunal 13% vs 3% . 

Crit Care Med. 2012;40(8):2342-8

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Dieta Enteral I

Protocolo para ínicio da Nutrição Enteral


Ref: Manual de Nutrição Enteral e Parenteral HHAO.